Miguel Martins e o andebol em Portugal: "O nosso país é futebolístico"
- DesPorto
- 22 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Por: Ana Rita Paiva
Com o futebol a ocupar o lugar de desporto rei em Portugal, o andebol, a par das restantes modalidades, é relegado para os bastidores. Deste modo, o DesPorto, decidiu aprofundar as suas origens e a sua evolução em Portugal, contando ainda com a participação do atleta português Miguel Martins, jogador de andebol pelo Futebol Clube do Porto.
Quais são, afinal, as raízes do andebol?
Foi em 1917 que um professor de ginástica de raparigas, Max Heiser, inventou um jogo à qual chamou de “jogo de equipa para raparigas”, onde a bola era apanhada com as mãos e não podiam existir encontrões.
No entanto, outras teorias afirmam que este desporto já tinha surgido na Dinamarca em 1900. “Neste País praticavam um jogo que era assistido por muitos espectadores e que se chamava Haandbol. Em 1954 festejaram os 50 anos da sua liga de Andebol.” (Associação de Andebol de Braga)
Apenas em 1919 é que a modalidade foi apresentada com o nome Andebol, por Carl Schelenz. Já em setembro de 1925 realizou-se em Halle Saale o primeiro jogo internacional entre duas equipas: alemã e austríaca.
Como surgiu o Andebol em Portugal e qual a sua evolução?
Em Portugal o Andebol surgiu em 1929, pela mão de Armando TSSHOP.
Só em 1939 é que foi fundada a Federação Portuguesa de Andebol, incentivada pelas associações de Lisboa, Porto e Coimbra.
“Divulgadas as regras e desenvolvidos os passos iniciais, as associações de Lisboa e Porto organizam as primeiras competições oficiais no ano de 1932, ainda na variante de onze, já que o andebol de sete só apareceria bastante mais tarde (1949). Para a história ficam, ainda, a realização do I Porto - Lisboa (Junho de 1934) e a entrada da FPA como estado fundador de Federação Internacional de Andebol (IHF), em 1946” (Associação de Andebol de Braga)
Atualmente a realidade já não é essa. O andebol acabou por evoluir bastante no país e está no topo das modalidades desportivas, sendo ainda uma referência a nível nacional e internacional.
O DesPorto falou com um dos mais conhecidos andebolistas do país, Miguel Martins, do FC Porto, e foi o próprio que referiu que o andebol apareceu na sua vida desde muito pequeno, aos 5 anos, “quando comecei a jogar no águas santas. A minha mãe era jogadora de andebol e mais tarde treinadora e o pai sempre acompanhou o seu percurso, o que influenciou um pouco a minha escolha. Comecei por experimentar com um amigo da escola primária, e acabei por ficar até à data!”. O jogador admitiu ser portista ferrenho, e que por isso foi um grande orgulho ter recebido a proposta por parte do clube.

Foto: Miguel Martins, adebolista do FC Porto;
Segundo Miguel, para se ganhar aptidão para jogar andebol “devemos começar gradualmente para o nosso corpo não se ressentir. Os movimentos técnicos são muito específicos e devemos fazer muito reforço muscular para contrariar as inevitáveis lesões.”
Face à situação de pandemia que o país atravessa, o desejo do andebolista é que “tudo volte a ser como antes e que as pessoas possam rapidamente voltar a acompanhar os jogos das modalidades em seus respetivos pavilhões de forma a que possamos fazer aquilo que mais gostamos, dar espetáculo.”
Miguel Martins foi o marcador mais jovem de sempre de um clube português, e quanto a isso confessa que “fico muito feliz por ter sido o atleta mais jovem a marcar pelo futebol clube do Porto mas mais ainda por ter ganho títulos a partilhar o campo com os meus ídolos nacionais.”

Foto: Miguel Martins ao serviço do clube da Invicta;
“Penso que o nosso país é futebolístico, uma realidade difícil de ser alterada. É um pouco injusto mas acho que o andebol, mais nomeadamente, do futebol clube do Porto tem sido valorizado. Só assim podemos elevar o nível do Porto internacionalmente bem como o nome de Portugal”, admitiu o jogador aquando questionado acerca da sua opinião sobre a visibilidade desta modalidade em Portugal.
Para terminar, Miguel Martins, admitiu que daqui a 10 anos se imagina a “competir ao mais alto nível”.
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